Alocução do Presidente da AFZ por ocasião da inauguração de Memorial aos Fuzileiros, na Penha, Guimarães 

Li e a alma sente, logo que aqui se chega que este lugar, património Natural – a Penha – possui condições óptimas para a reflexão, onde o silêncio se ouve, as pedras falam e as fontes murmuram. Obras notáveis aqui se fizeram e também há um ano atrás, a 17 de junho, a Delegação de Fuzileiros do Minho aqui nasceu pela vontade de um conjunto intrépido de Fuzileiros, irmanados dos valores que caraterizam os Fuzileiros da Marinha portuguesa, da camaradagem, da entreajuda e do serviço público que nos percorrem nas veias, como o sangue salgado que nos dá vida.

Hoje, recorrendo à simbologia da pedra, na amarra e no ferro, aqueles valores ficam aqui a nu, para quem quiser ver e escutar o que o granito, da têmpera minhota, o ferro em que são forjados os que somos do mar e a amarra que nos afirma a resiliência, em cada elo um de nós em camaradagem somos mais fortes.

Mas nada disto seria possível sem o apoio, desde a primeira hora, da Irmandade da Penha, a quem agradeço na pessoa do Juiz da Mesa Gerente, Manuel Mendes e da Marinha, pelo Comandante da Zona Marítima do Norte, Comandante Silva Lampreia, em representação do Chefe do Estado-Maior da Armada Almirante Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo. A Irmandade acolheu o desejo, cedeu o espaço e o granito, intemporal, firme e confiável. A Marinha acarinhou o projeto e ofereceu o ferro e a amarra que para nós são símbolos indiscutivelmente associados à maritimidade, à firmeza, à força, à tranquilidade, à esperança e à fidelidade. Ferro da corveta NRP João Coutinho onde muitos de nós embarcamos, realizamos fainas de botes, subimos e descemos as redes de abordagem, dormimos no convés, nos lançamos à vaga nos nossos Zebros, para desembarcar e que no final das operações e treinos em terra, nos acolhia. Navio que, com alguns de nós aí embarcados, participou na evacuação de cidadãos nacionais no quadro da crise de 1998, na Guiné-Bissau. Há muito simbolismo neste Memorial!

A presença do Dr. Domingos Bragança, Presidente do Município de Guimarães, que aproveito para publicamente cumprimentar e que acompanha e apoia o desenvolvimento cívico da Delegação de Fuzileiros do Minho, desde a primeira hora, é daqueles sinais que nos motivam, e certamente motivam ainda mais os Órgãos Sociais da Delegação de Fuzileiros do Minho a seguirem, mares nunca dantes navegados, fazerem acontecer, em favor da comunidade onde se inserem. Obrigado pelo seu continuado apoio, sabe que o compromisso é partilhado. Através de si cumprimento também e agradeço a todos os eleitos autárquicos, que nas suas áreas de responsabilidade também vêm contribuindo para o compromisso cívico de fazer acontecer em favor da comunidade.

Uma palavra de agradecimento particular à deputação do Corpo de Fuzileiros, constituída pelo segundo-comandante do Corpo de Fuzileiros, Comandante Pinto Conde, um de nós que a bordo do NRP João Coutinho, cumpriu o serviço público, humanitário de acorrer à crise na Guiné, em 1998, e o Sargento-mor Guerreiro Lopes e o Cabo-mor Conceição Lourenço, ambos adjuntos do Comandante do Corpo de Fuzileiros. Sabem que quem já não está no ativo gosta de sentir que aquilo que fazem é reconhecido por quem ainda está ao leme, afinal Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre!

Um agradecimento aos camaradas e amigos, do mar ou não que aqui estão e com a sua presença incentivam a Delegação de Fuzileiros do Minho a criar sinergias de ação. Obrigado!

E aqui estamos, Direção Nacional, Presidentes e deputações das Delegações do Algarve, de Juromenha/Elvas, do Douro Litoral, da Beira Alta, e da recém-criada Delegação de Fuzileiros de Trás-os-Montes, que hoje tem o seu primeiro evento, assim como dos Núcleos de Fuzileiros do Vale do Sousa e de Fuzileiros Motociclistas que têm acompanhado o pulsar dos camaradas do Minho, desde a primeira hora, a dizer presente! E a afirmar que estamos juntos!

Obrigado aos Sócios, e aos titulares dos Órgãos Sociais da Delegação de Fuzileiros do Minho por nos continuarem a desafiar, a sair da zona de conforto, a fazermos mais e melhor. A comunidade assim o exige, porque ninguém, pode ficar para trás! Um obrigado especial a quem, denodadamente, fez acontecer a edificação deste Memorial.

Este é um mais dia feliz, aqui em Guimarães, para ficar retido na nossa memória coletiva.

BZ

Carlos Moreira, Presidente da Associação de Fuzileiros,
Penha, Guimarães, 22 de junho de 2024

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